A inovação é um dos tópicos mais discutidos atualmente, e não só no ambiente de tecnologia, os empresários estão atentos ao impacto da gestão da inovação nos seus negócios. A semana que passou foi palco do Gartner Symposium ITXPO em São Paulo. O conteúdo das principais apresentações deixou latente o desafio da inovação para o CIO.
A percepção do CEO sobre gestão da inovação é um dos desafios do CIO
No mundo empresarial existe um maniqueísmo, de um lado os tecno-otimistas e do lado contrário os tecno-pessimistas. O primeiro grupo é fácil de ser identificado, o executivo domina as tecnologias desenvolvidas para a produtividade do usuário e não necessita de muita explicação para entender nossos acrônimos. Os tecno-pessimistas são um grupo de difícil identificação imediata. Podem utilizar seus smartphones e dominar os relatórios de business intelligence, mas são céticos quanto ao real impacto da tecnologia nos negócios. Você pode imaginar o desafio do CIO em discutir o orçamento de tecnologia para a inovação com o tecno-pessimista?
A digitalização é a bola da vez na inovação
Escrevi recentemente um artigo no qual explico e cito exemplos sobre Bimodal. As principais referências que estamos vendo no Brasil estão no mercado financeiro. As Fintechs mexeram com o mercado e os bancos sentiram o impacto. Não adianta estar capitalizado para comprar a operação de um concorrente que perdeu mercado. O risco está na startup, que nasceu sem ser notada e conquistou milhares de clientes em pouco tempo. O Itaú agora é Digitaú.
Quais são as frentes de ação do CIO
Com o objetivo principal de criar ou renovar sua Plataforma Digital, segundo o Gartner o CIO deve atuar em cinco dimensões:
- Experiência do cliente
- Internet das coisas
- Ecossistemas
- Inteligência artificial
- Sistemas de TI
A intensidade que cada uma das dimensões terá, pode depender do segmento da empresa. No caso de indústrias de manufatura, a internet das coisas com dispositivos e sensores ajudando com informações sobre a operação, tem mais impacto de investimento que outras dimensões. No segmento de instituições financeiras a experiência do usuário e ecossistemas é mais relevante.
O caminho sem volta do Bimodal
As empresas necessitam inovar através de várias tecnologias e transformar seus negócios em grande velocidade. O bimodal é a grande solução. Com suas duas abordagens, uma com foco na previsibilidade e estabilidade. Outra com foco na exploração e na descoberta. A primeira abordagem é a parte que de certa forma já está montada, necessita somente uma revisão dos seus sistemas e infraestrutura para suportar a nova plataforma digital. Agora a outra abordagem ainda pouco conhecida, demanda pessoas que estejam abertas a pensar de forma diferente. Os requerimentos não podem nem ser conhecidos de forma antecipada. Uma área onde não se pode prever o futuro, mas permitir que o futuro se mostre em pequenos pedaços. [Leitura complementar: TI Bimodal. Você sabe o que é? Melhor você saber!]
Como as grandes corporações estão usando as startups para a gestão da inovação
Para sustentar este conteúdo, tenho como base três fontes. A primeira são os exemplos recentes de investimentos de grandes empresas brasileiras em aceleradoras. Elas têm como objetivo filtrar o ecossistema e buscar oportunidades para investimentos pertinentes ao seu mercado alvo. Casos como AES Sul, Basf, Saint Gobain e Monsanto, só para citar alguns.
A segunda fonte é a pesquisa realizada pela 500 Startups e o Insead. A pesquisa foi baseada nas 500 maiores corporações mundiais. Isso inclui empresas em 37 países e 69 tipos de segmentos. O documento é bem detalhado e mostra que se você acredita que os grandes dinossauros estão parados, pode estar enganado.
As grandes corporações possuem oito formas de engajamento com o ecossistema de startups:
- Fusão & Aquisições
- Investimentos
- Spin-off
- Aceleradoras & Incubadoras
- Eventos
- Serviços de suporte
- Programas para startups
- Espaço de co-working
A terceira fonte é a pesquisa realizada anualmente pelo Gartner com os CIOs das principais empresas no mundo. A pesquisa possui uma boa cobertura da América Latina. Uma das perguntas está relacionada à forma utilizada pelas empresas para abordar as startups como fonte de inovação. Comparadas com outros perfis de desempenho, as empresas Top Performance se diferenciam, por engajarem as startups no processo de inovação (78%), aquisição (16%) e investimento (24%).
Para concluir este artigo, gostaria de deixar uma mensagem aos CIOs:
O ecossistema brasileiro de startups está pronto, façam o uso destes recursos através das aceleradoras ou consulte-as para ajudá-los na gestão da inovação com o uso de startups no bimodal.