TI Bimodal é uma abordagem de gestão que resolve a eterna discussão entre as áreas de negócios e o time de tecnologia da informação em relação à velocidade com que a TI consegue suportar os projetos. Os dois lados possuem argumentos sólidos. Pelo lado de negócios existe a necessidade transformar modelos ultrapassados em organismos cada vez mais digitais. A TI, por sua vez, precisa manter os processos em segurança e garantir o alto desempenho.
Como sair desse impasse? Adotando uma abordagem Bimodal, que sugere dividir área de Tecnologia da Informação em duas equipes, uma focada nas rotinas diárias da TI e a outra operando nos processos de inovação.
Imaginem um banco sem papel onde seu processo de abertura de conta pode levar no máximo cinco minutos.
Sua selfie serve como uma senha. Os documentos podem ser sua RG e carteira de motorista. Detalhe, você não precisa ir até a agência, até mesmo porque não existem agências. Este banco digital, sem cobrança de mensalidade, existe e chama-se Banco Neon. Seu CEO tem 24 anos. O banco é uma startup e já possui 5 mil contas que foram abertas em 48 horas.
A iniciativa do desenvolvimento desta nova oferta não saiu de dentro da área de inovação do Bradesco, Itaú e Santander. Se considerarmos o volume de dinheiro envolvido em pesquisa & desenvolvimento destas instituições, nossas dúvidas só aumentam. Isso porque o investimento inicial do Banco Neon é o de um perfil de startup. Será que a área de P&D destas instituições tem poder para criar tecnologias disruptivas? Ou seja, podem criar opções de tecnologia que destruam o ganha pão do banco.
O desafio é grande e a TI Bimodal pode ser uma alternativa.
Esta agilidade do mundo dos negócios está gritando para que as empresas tenham dois perfis distintos para as iniciativas envolvendo tecnologia da informação. Por um lado está a sustentação das rotinas de operação (esta segurança é necessária); de outro, a velocidade em gerar inovações que impulsionem negócios e se resguardem do nascimento de um concorrente (ele pode nascer em uma aceleradora de startups).
Recomendo a leitura do artigo Inovação: o desafio do CIO.
Analisando este cenário fica mais fácil entender porque o Itaú criou o Cubo Coworking, a Telefonica a Wayra e o Porto Seguro a Oxigênio Aceleradora. As empresas que não estão investindo nas suas próprias aceleradoras estão investindo no ecossistema criado por outras empresas. Anunciado recentemente a Saint-Gobain firmou parceria com o Cubo e a Monsanto firmou com a Acelera Partners.
O Gartner estima que 75% das empresas terão uma abordagem bimodal até 2017.
As empresas estão buscando uma forma de acompanhar a velocidade que as startups estão trazendo para o mercado. Algumas estão criando seus próprios centros de inovação com aceleradoras, outras estão fazendo investimentos conjuntos e as demais podem estar paradas.