Recente pesquisa do instituto Locomotiva mostra que enquanto o número de mulheres na população cresceu 33% em vinte anos, o total de trabalhadoras formais aumentou 131%. Mesmo com o desemprego, temos mais de 9,6 milhões de mulheres com carteira assinada. Será que o cenário de mulheres em startups acompanha estes números?
Inegável o espaço conquistado em vários segmentos.
Como profissionais de vendas considero as mulheres mais eficazes do que os homens. Não existem estudos que mergulham no tema, mas temos muitos indícios. Existem características biológicas como a programação para proteger a prole, que se reflete na forma periférica que ela enxerga uma oportunidade. Enquanto a visão nos homens é mais linear e focada.
Imagine a quantidade de informações que são possíveis serem colhidas em uma reunião com cliente, se a mulher consegue captar mais dados estratégicos, terá condições de desempenhar melhor seu papel de persuasão. Outro aspecto importante é atenção aos detalhes e a forma como consegue enfrentar diferentes perfis de clientes. Posso citar outros pontos, mas nada reforça mais que um fato.
Hoje em nossa equipe, considerando o cenário complexo do Brasil, as mulheres estão desempenhando melhor que os homens. Acompanhando o mercado de tecnologia da informação desde 1989, sim eram tempos de reserva de mercado no Brasil. Lembro que os eventos eram predominantemente masculinos. Hoje ainda temos uma parcela maior de homens, mas o cenário é muito diferente.
As mulheres em startups desempenham mais que os homens?
As mulheres têm mais sucesso que os homens em uma startup. Recente relatório feito pela VC First Round para comemorar os 10 anos da empresa, analisa o desempenho de 300 startups e 600 empreendedores. A primeira descoberta aponta um desempenho 63% maior nas empresas com mulheres fundadoras.
Se considerar os 10 maiores investimentos de todos os tempos da First Round, baseados na geração de valor aos investidores, três deles possuem ao menos uma mulher como fundadoras.
Ainda não tive acesso à pesquisas a respeito no Brasil. Posso relatar somente a tímida presença feminina através de experiências por ter participado de eventos recentes no ecossistema de startups. Em evento da Anjos do Brasil para investidores um palestrante foi questionado por que existem poucas mulheres no conselho de startups. A resposta foi na linha da pouca disponibilidade de mulheres para ocupar a posição.
Em junho eu realizei um workshop sobre Engenharia de Valor na aceleradora ACE . Diante de um grupo de 15 homens, havia somente uma (!!) representante do sexo feminino.
Definitivamente precisamos de mais mulheres participando do ecossistema de startups e participando da área comercial das empresas no Brasil.